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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.
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terça-feira, 30 de setembro de 2014
NOTA DE REPÚDIO
AUTORITARISMO, TIRANIA E CENSURA
NA UEG
Atualmente
no país estamos assistindo ao aumento e ampliação das ideias
conservadoras, também de ações violentas e autoritárias por parte do Estado,
consequências claras das investidas reacionárias das elites no poder, que
tentam a todo custo a sua perpetuação e a reprodução contínua da lógica
desumana e insaciável do capital. A brutal criminalização aos movimentos
sociais no Brasil, que mesmo após a realização da Copa do Mundo de Futebol,
tem-se multiplicado e proliferado em todas as instâncias, dando continuidade às
arbitrariedades, intimidações e a individualização de processos judiciais,
inclusive dentro das próprias universidades públicas brasileiras.
Na
Universidade Estadual de Goiás, por exemplo, estamos assistindo hoje a forma
autoritária com que a reitoria impõe o "novo" currículo à comunidade,
que na verdade é o retorno do já conhecido e velho “currículo mínimo”,
introduzido no país no auge da ditadura militar. Os encontros para a discussão
desse currículo obedecem a lógica da imposição do discurso pela autoridade (pseudo)
técnica, tendo como metodologia principal a negação do diálogo com os
professores, funcionários e estudantes e ainda desconsiderando por completo os
Projetos Político Pedagógicos dos cursos, anulando a já limitada autonomia das
unidades universitárias que constituem a própria universidade.
A
aprovação da reforma curricular pelo CsU se deu a "toque de caixa",
demonstrando a intenção clara de não permitir o diálogo pleno e o debate
democrático dentro da universidade. Outro exemplo claro dessa intensificação
reacionária dentro da universidade se deu durante a greve de 2013, onde o atual
reitor Haroldo Reimer, na tentativa de criminalizar o movimento de greve, chegou
ao absurdo de processar vários docentes da UEG, culpabilizando-os pela
deflagração de uma greve unificada entre todas as categorias da instituição
(professores, alunos e funcionários), na qual tinha como princípio a
auto-organização, numa demonstração evidente e desesperada de intimidar os
demais trabalhadores, e ainda de tentar de forma violenta colocar um fim à
greve.
Tal
violência, autoritarismo e despotismo dentro da[u1] universidade desnuda por
completo o modelo verticalizado, autoritário e antidemocrático em que é
constituída a própria universidade, com Conselhos Universitários demagógicos,
reitorias cooptadas pelo governo, direções de unidades rígidas e centralizadas,
inexistência de paridade eleitoral, ilegalidade e eleições duvidosas dos DCE's,
onde fica explícito as interferências dos partidos ligados ao governo dentro do
movimento estudantil, sendo avalizadas pela própria reitoria. Esse contexto
facilita e permite com que gestores, a mando dos próprios governos, que sempre
querem ganhar as eleições a qualquer custo, atuem como verdadeiros
"capitães do mato", atropelando a tudo e a todos em nome de seus
próprios interesses, caprichos e vaidades pessoais, transformando a autonomia
universitária em uma mera palavra de retórica e perpetuando em todos os campi o
patrimonialismo, o nepotismo, os palanques eleitorais e os eternos cabides de
emprego na UEG.
O
autoritarismo e a censura estão fazendo parte do cotidiano da UEG, além dos
exemplos nefastos citados anteriormente, cabe ressaltar ainda que no dia
14 de agosto de 2014, dentro do evento de Cerimônia de Outorga de Grau, dos
cursos de fisioterapia e de educação física da UnU - Goiânia - ESEFFEGO,
ocorrida no Teatro da PUC-GO em Goiânia, foi realizado
arbitrariamente cortes nos textos dos oradores dos cursos pela
Coordenação Geral de Comunicação (CGCOM-UEG) ligado à reitoria, o que
provocou a indignação dos estudantes e o constrangimento entre todos os
professores e convidados presentes. Como se não bastasse, na reunião de congregação
daquela mesma unidade, realizada no dia 21 de agosto de 2014, após a citada
cerimônia de colação de grau, professores, alunos e funcionários da UEG UnU ESEFFEGO
votaram em tornar público tal atitude e também publicizar o total repúdio
a esta ação ditatorial e injusta realizada pela UEG, entretanto, a própria
comissão eleita em reunião para escrever a nota à reitoria teve também seu
texto censurado e com cortes de frases e palavras, feito pelo próprio
diretor da UnU ESEFFEGO, que agiu da mesma forma autoritária, prepotente e
tirânica que seus páreas da reitoria. Temos ainda outros exemplos do despotismo
na UEG, como a decisão de apoio às reformas feitas pelo GT de currículo na
UnUCSHE - Anápolis, onde o próprio diretor desta unidade preferiu uma reunião
apenas com os representantes do NDE para debater a posição da unidade, ao invés
de chamar a congregação para debater esse fato com mais profundidade e na
presença de uma representação maior. O que dizer do caso de assédio moral coletivo
na UnU-Formosa realizado também pelo diretor? Que de forma autoritária tentou intimidar
as vozes discordantes em reunião coletiva, conforme deixou bem claro a nota de
repúdio escrita pelos próprios alunos do curso de história, dando origem ao
movimento denominado “Somos Todos Filhos da Puta”.
Estes
acontecimentos são apenas os mais recentes, ocorridos nestes últimos meses.
Como poderíamos ainda deixar de falar sobre o estatuto da UEG imposto pelo
governo Marconi Perillo durante a gestão de Eliana França, ou ainda a própria
intervenção feita pelo governador na reitoria em 2012, ao empossar de forma
ilegítima e arbitrária o atual reitor Haroldo Reimer?
Esses
fatos demonstram uma contínua e intensa investida do poder reacionário e antidemocrático
dentro da nossa universidade, que encontram respaldo e ressonância dentro das
próprias estruturas autoritárias e coercitivas já existentes dentro da UEG.
Sendo
assim, cabe a todos nós da comunidade uegeana, professores, alunos e funcionários
refletirmos sobre este atroz e sombrio momento em que estamos enfrentando. Se
torna também urgente repensarmos sobre as injustas e falidas estruturas de
poder que regem a UEG, também
promovermos ações articuladas de forma coletiva afim de enfrentarmos estes
nossos algozes, que estão dentro e fora da universidade, e que a todo momento
subtraem nossos direitos, tentam nos intimidar pela coação e pelo medo, anulam
a nossa autonomia e que almejam tão somente transformar a universidade em uma
mera fábrica de trabalhadores disciplinados, obedientes, produtivos e úteis,
que sirvam apenas de mão de obra barata para o trabalho flexível, precarizado e para o
desemprego.
MOVIMENTO MOBILIZA UEG
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