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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.
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domingo, 16 de agosto de 2015
O "NOVO" CURRÍCULO DA UEG: O LEILÃO DE DISCIPLINAS
O NOVO CURRÍCULO DA UEG: LEILÃO DE DISCIPLINAS
O momento atual na UEG está sendo marcado por várias mudanças para pior, dentre elas a nova reforma curricular em andamento. Como já denunciado anteriormente pelo Mobiliza UEG, a velha "nova" reforma curricular representa a volta do chamado "currículo mínimo" na universidade, como o implementado durante a ditadura militar no Brasil sob a tutela do acordo MEC-USAID (lei 5.540/68), seguindo as imposições e desmandos dos EUA.
A proposta do "novo" currículo, sob a verniz do discurso da interdisciplinaridade e do multiculturalismo pós-moderno, é a de introduzir na UEG um currículo tecnicista, aligeirado e que atenda as demandas pragmáticas e voláteis do mercado do capital, além de obviamente cumprir o seu principal papel: ECONOMIZAR CUSTOS NA UNIVERSIDADE. A própria introdução do novo currículo na UEG se deu de forma autoritária, sem a verdadeira participação da comunidade universitária, onde os Grupos de Trabalho (GT) serviam apenas para legitimar e impor as resoluções e diretrizes da própria reitoria, esta que por sua vez, sempre seguiu e segue cegamente a cartilha do governo.
A construção deste "novo" currículo foi realizado de forma vertical, moldado às hierarquias da instituição e sem a ação dialógica com os verdadeiros sujeitos da universidade, ou seja, com os alunos, professores e funcionários. A forma rápida e instantânea da implementação do currículo, realizado à "toque de caixa", também impediu uma discussão mais aprofundada e uma participação efetiva dos sujeitos envolvidos, distanciando também o novo currículo dos Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos. Hoje, com a implementação deste currículo, o que vemos são nossos alunos sendo adestrados para o mercado de trabalho, com uma formação aligeirada, fragmentada, superficial e alienada, que por sua vez, formam os ingredientes principais para a inclusão dos estudantes na lei da selva mercantil, equipados com conhecimentos técnicos camuflados pelo discurso do empreendedorismo, habilidades para ideação e o aprender a aprender.
O que assistimos na UEG durante os anos de 2014 e 2015, período da implantação do "novo" currículo, foi um verdadeiro "Leilão de Disciplinas", onde alteravam-se apenas os nomes das disciplinas sem discussão dos conteúdos, e apenas incluíam novas cargas horárias sem definições ou planejamento adequado. O resultado foi a construção de uma colcha de retalhos de disciplinas, que acrescido ao aumento de carga horária docente (Resolução CsU nº01/2015), levou vários professores a ficarem sem carga horária de aula e a demissão maciça de dezenas de professores em contrato temporário, sem falar nas "brigas de foice" por disciplinas e cargas horárias nas reuniões de colegiado em vários campus, onde o que mais se ouvia falar era "essa disciplina é minha e ninguém mexe".
Hoje, somos capazes de vislumbrar melhor o tamanho do estrago e dos prejuízos gerados para a formação discente e para o trabalho docente na UEG na implementação deste currículo mínimo. A devolução pela reitoria de vários projetos curriculares, construídos com o aval dos NDE's dos cursos, estes por sua vez, que seguiram fielmente a cartilha dos GT's, é a prova maior dos atropelos e atrocidades ocorridas durante o percurso. O pragmatismo da reitoria em implantar o currículo mínimo na UEG, aliado à falta de planejamento e de organização dos GT's, está levando a própria universidade a ter que anular por completo o seu propalado e famigerado currículo, pois a recente aprovação do Plano Nacional de Educação, no final de 2014, também alinhado às propostas de mercadorização da educação nacional, impôs uma nova reestruturação curricular nacional para todas as escolas e universidades do Brasil.
Ao contrário do discurso do feitor da UEG, não existe educação de excelência aliada ao mercado, que não seja capaz de perceber e detectar as contradições e a barbárie do próprio mercado de trabalho, e não existe educação de excelência aliada as estruturas totalitárias e anti-democráticas, tal qual demonstradas atualmente na UEG.
MOVIMENTO MOBILIZA UEG
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