Alunos e professores da UEG fizeram churrasco durante protesto, em Goiânia (Foto: Vitor Santana/G1)
Cerca de 100 alunos, professores e servidores administrativos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) protestaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em
Goiânia, nesta quinta-feira (16). Eles escolheram a data em que a instituição completa 16 anos para reclamar da precariedade dos campi e demissão de mais de 200 funcionários. Os manifestantes ainda fizeram um churrasco para denunciar um susposto perdão de dívida bilionária de um frigorífico com o governo estadual.
O protesto começou por volta das 10h. Na ocasião, os manifestantes bloquearam o anel interno da Praça Cívica, entre as avenidas 85 e 83. A Policia Militar foi acionada para controlar a situação, mas o ato foi pacífico. O grupo começou a se dispersar por volta das 13h30, quando as vias foram liberadas.
Entre as reivindicações apresentadas pelo grupo estão o aumento do repasse da arrecadação estadual líquida para a UEG de 2% para 5% e a convocação imediata de todos os professores aprovados no concurso de 2015 e efetivação do concurso para funcionários técnicos administrativos. Além disso, eles pedem reforma dos prédios, laboratórios e bibliotecas.
Sobre a demissão dos servidores, a UEG disse, em nota, que “assim como outras autarquias e órgãos estaduais de Goiás, teve de seguir o decreto, emitido pelo governo do Estado, de nº 8273. O documento, em seu artigo 2, inciso II, estabelece que ‘os contratos temporários terão o seu quantitativo global reduzido em 9500 (nove mil e quinhentas) unidades'".
Sendo assim, a instituição afirma que fez negociações para “a redução máxima de impacto” e elaborou uma análise do quadro de funcionários, “levando em consideração parâmetros exclusivamente técnicos”. Com isso, “do total de 215 servidores, 86 foram afastados da Administração Central e 129 técnicos-administrativos temporários foram demitidos nas 39 unidades”, explicou a nota.
Precariedade
Os profissionais da universidade também reclamam de más condições de trabalho. "O governo também aumentou a carga horária dos professores, então todos trabalham no limite, sem possibilitar que se tenha tempo para pesquisas cientificas e crescimento profissional", disse o representante do movimento.
Alunos protestam contra situação precária da UEG
(Foto: Vitor Santana/G1)
Para os alunos, a instituição está em uma situação precária. "Não tem estrutura digna para ter aula. O aprendizado fica comprometido. Não temos data show na sala de aula, a academia e piscina estão em péssimo estado, representando risco para os alunos", disse Luan Marcelino, que estuda educação física.
“Nao queremos greve, mas sabemos que é necessário para chamar a atenção para o caos que vivemos e que sejam implementadas melhorias", completa a também aluna de educação fisica Sullyana França.
A UEG destacou, ainda, que houve um ajuste das cargas horárias dos docentes “para equalizar as despesas com pessoal”, mas “em atendimento ao proposto pelo Ministério da Educação (MEC), que prevê que os professores efetivos devam cumprir carga horária mínima de 12 horas/aula semanais”.
Já em relação à reclamações sobre as condições de estrutura dos prédios, a instituição ressalta que a instituição “vem investindo R$ 14 milhões para reforma de seis campus até 2016. Outro valor concerne aos R$ 15,5 milhões que serão destinados apenas à construção de bibliotecas e auditórios. Inclusão e acessibilidade a seus espaços também estão na gama de ações, sendo que R$ 5,7 milhões estão sendo destinados para a construção de rampas de acesso e banheiros adaptados”.
Churrasco
Segundo os manifestantes, a carne foi servida gratuitamente durante o protesto para alertar sobre uma dívida de mais de R$ 1,6 bilhão de uma rede de frigoríficos do estado, que teria sido perdoada pelo Governo de Goiás. "Eles dizem que não têm dinheiro para fazer melhorias na educação, melhorar a estrutura da universidade e contratar novos funcionários, mas perdoam uma dívida bilionária", reclamou o professor da UEG Marcos Ataíde.
No entanto, ao contrário do que disseram os manifestantes, a assessoria de imprensa do governo informou não houve um perdão da dívida e, sim, uma renegociação do valor. De acordo com o órgão, mais de 900 empresas de todo estado entraram em um programa da Secretaria da Fazenda que oferece descontos às empresas para incentivar a quitação de todos os débitos.
Com isso, houve uma amortização de 99% dos juros e anulação das multas das companhias. Dessa forma, de R$ 1,65 bilhão, o débito do frigorífico caiu para R$ 327 milhões.
Manifestantes levaram vaca de plástico para protestar contra o Governo de Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)
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