Realizamos assembleia no dia 04/03 para decidir pela paralisação. O clima de "ilegalidade" e "subversão" estava no ar, o que é normal onde impera a mentalidade conservadora e vigora as ameaças feitas nos corredores e no pé da orelha. Em outra ocasião perguntamos para o diretor se ele também tinha medo e ele disse não, complementou ainda que "isso não existe mais". Perguntamos o que que não existe mais e ele não respondeu. Mas existe sim e todos nós sabemos o que é. Mesmo assim, mesmo com as ameaças e a tentativa de boicote, a assembleia aconteceu e votou em quase unanimidade pela paralisação do dia 07/03.
Escolhemos uma comissão organizadora. Mandamos fazer faixas, fizemos uma oficina de cartazes, compramos apitos, buzinas, nugget (para escrever nos vidros dos carros), macarrão (para a macarronada). Fomos em rádios divulgar a manifestação - coisa inédita na UEG Quirinópolis. Tivemos 100% de adesão à paralisação, mas apenas 10% de adesão à manifestação realizada em frente da UEG. Fizemos um barulho danado, chamamos a atenção, nos dias seguintes (até hoje) são muitos carros que circulam na cidade exibindo no vidro traseiro as letras de nosso protesto. Duas rádios vieram cobrir o evento e entrevistaram vários professores. Protestamos bastante, depois degustamos uma deliciosa macarronada feita pelas nossas amigas da limpeza da unidade. A avaliação geral dos participantes é positiva, já que nunca houve nada assim por aqui e que alcançamos o objetivo de chamar a atenção para a situação caótica e precária da UEG. Aqui não temos nem sequer biblioteca, temos apenas uma sala (mal)adaptada que armazena títulos mal conservados e para lá de desatualizados. A água da piscina usada pela Educação Física é paleolítica, tem uns 4 anos e já morreu um cachorro lá. Bom, não vou me alongar pois eu poderia ficar aqui a noite inteira descrevendo os problemas. Para o dia 16 de abril, pensamos em ir até a Praça Cívica para engrossar a mobilização. Logo estaremos nos reunindo novamente para organizar isso.
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