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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.
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segunda-feira, 13 de abril de 2015
UEG - 16 Anos e Pelo Menos Duas Historias
16 anos e pelo menos 2 histórias, uma triunfante e a outra um lixo: esta a UEG, registrada como triunfo de um modelo de gestão projetado para defender a vida em Goiás e ajudar o Brasil a “trilhar” os “caminhos certos”, que levam àquilo que o país deve ser, uma “pátria educadora”, que valoriza o ser humano – mesmo que despreze o ser social, porque uma árvore é um ser “humano”, sim, como os cães e gatos que batizam as calçadas ao passear refletindo com seus donos, sim, porque ser humano é uma qualidade da nossa espécie animal, e é também qualidade que nós atribuímos às coisas, como forma de dominá-las para poder usá-las. As árvores não sabem que são árvores. Pomos uma palavra numa imagem e desse modo colonizamos um lugar que do nada passa a ter aparência humana. Menos o ser social, que é concreto, de carne, osso, sangue e vísceras. Este consegue pensar e comunicar informações capazes de resolverem problemas complexos em situações de trabalho. Eles sabem disso e os gestores do estado de exceção também. Por isso investem em propaganda e estímulos vários para afogar na rotina as vontades pessoais dos trabalhadores que, ao voltarem todos os dias pra casa, deparam-se com a incapacidade de transformar em experiência os eventos ocorridos ao longo de um dia de vivido no trabalho.
Ao mesmo tempo uma UEG que transforma em lixo o sacrifício dos que já fazem todo tipo de sacrifício, todos os dias de sua vida, só pra conseguirem sobreviver na base de um sistema que tornou rotina a suspensão dos direitos civis de quem trabalha, pelo uso partidário do recurso constitucional do estado de exceção, que em Goiás foi transformado em estado de regra, ao se legitimar que aqui os trabalhadores tenham suas vidas interditadas pela razão de Estado, exclusivamente para defender interesses da sociedade civil (uma abstração que na realidade é constituída por ong’s e filantropia, instituições operacionalizadas por pessoas que pertencem a grupos interessados em conservar certos cargos e benefícios pessoais, além de empresas de olho em deduções do imposto de renda). As instituições não são boas nem más, bonitas ou feias, a qualidade dos serviços que as instituições oferecem não vem de um plano metafísico de um slogan publicitário, nem das canetadas ou das ordens e chiliques de um soberano de camisa azul e já praticamente sem pescoço. Tamanha preciosidade de um projeto de estado definido à base de cortes de tudo o que se considera obsoleto e que sirva para reduzir custos. Neste caso a diminuição de um membro do corpo como o pescoço revela um governador soberano disposto a fazer uso do próprio corpo para divulgar slogans trabalhistas do seu partido. Certamente, sem pescoço, economiza-se algum gasto com o próprio corpo, o que pode levar à geração de renda por parte do proprietário, que poderá fazer outros investimentos noutras partes do seu território, como o nariz ou as mãos, por exemplo.
A humanidade já foi mais sincera quanto ao uso do poder de forma soberana. Já houve soberano que mandava logo cortas as mãos de quem ameaçasse a sociedade, a fim de reduzir gastos com formação de súditos e segurança interna para as pessoas. É muita gente! Temos de concordar. No estado de Goiás tem muita gente e por isso não dá pra governar para todos. É preciso que uns paguem mais alto o preço pelo fato de que os projetos político partidaristas existem só pra poucos.
Mas voltando ao lixo. Agora sim, aqui e ali estão feito picadinho ou embolados os resíduos que foram caindo enquanto os arquitetos e escultores talhavam na pedra o slogan UEG. “Pronto, agora é assim, seguir esse caminho que foi traçado e...” Espera, tem mais! A cada ano o “busto” fica pronto pra seguir um tal “caminho” e os resíduos que vão sendo arrancados da pedra pelas ferramentas e golpes de picaretas continuam sendo varridos docilmente pelas que usam vassouras velhas pra varrer os fragmentos arrancados da vida e largados no chão como lixo. Sim, espera. Calma, leitor dessa missiva. Café? É madrugada e nela sabemos que o dia vai amanhecer por causa dos geômetras. Ocasionalmente acontece de um vento soprar e a poeira espalhar por ai. Mas esse lixo é sólido, denso, espesso e grave como a natureza. E acontece do lixo revirar por golpe de algum tipo de sorte e voltar para a superfície para reivindicar seu lugar na imagem de uma história entalhada sob medida para apagar os traços do trabalho e expropriar os trabalhadores e estudantes, a sociedade todo como alvo a ser atingido quando os profissionais formados nas universidades do estado ocuparem funções para as quais demanda caráter ainda salvo do processo de corrosão que os ambientes corporativos provocam em contato do que for humano com o ar no interior de suas instalações.
Agora, leitor, após o café, diga-nos você, a nós, que somos lixo, que ficamos de fora das histórias que são contadas pelo governo a respeito da realidade do trabalho que nós fazemos, diga-nos, este nosso fragmento de “texto” que te damos a ler, te diz alguma coisa sobre o lugar em que vivemos? É esse o que queremos? Haverá restos humanos nas gerações do futuro, que já estão sendo expropriadas agora, no presente, das experiências humanas? Pelo direito de trabalhar e fazer uso do trabalho como forma de poder levar experiências significativas para casa, todos os dias, depois do trabalho.
MOVIMENTO MOBILIZA UEG
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