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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Desmentindo o reitor Haroldo Reimer sobre o "Efeito USP" e o "Pacote de Maldades" do governo PSDB



Auditório lotado do Instituto de Física avalia, perplexo, as irresponsabilidades do “pacote” de Zago para a USP



"Docentes, funcionários e alguns alunos lotaram o Auditório Abrahão de Moraes, do Instituto de Física (IF), na manhã de sexta-feira, 22 de agosto, para assistir a um debate sobre a crise da USP. Presentes à mesa o professor Adalberto Fazzio, diretor do IF; o professor José Roberto Drugowich de Felício, chefe de Gabinete do reitor; o professor Ciro Teixeira Correia, presidente da Adusp; e o professor José Pinhata Otoch, diretor do Departamento Médico do Hospital Universitário (HU).
fotos: Américo Kerr
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Na sua manifestação de abertura, o professor Fazzio, que coordenou o evento, destacou a importância do Instituto e da USP e a necessidade imperiosa de realizarmos um debate substantivo sobre a crise da Universidade, expressando também seu respeito ao direito de greve. Destacou o levantamento feito pelo Instituto sobre os técnicos que se enquadrariam nos critérios do plano de demissões voluntárias apresentado pela Reitoria (PIDV), revelando que sua execução paralisaria as atividades de diversos laboratórios importantes do IF. Relatou que havia exposto isso na reunião da Reitoria com os diretores, ao que o vice-reitor, professor Vahan Agopyan, asseverou que onde necessário poderiam ser feitas novas contratações...
Lembrou, ainda, o diretor do IF que a Congregação daquela unidade foi a primeira a encaminhar manifestação à Reitoria pedindo a abertura das contas da Universidade para a comunidade, bem como que elas fossem auditadas, dada a dimensão dos gastos com obras. Exemplificou que havia sido reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e que o custo total da implantação daquelecampus havia sido menor do que o custo do ainda inacabado Centro de Convenções da USP.
O chefe de Gabinete do reitor reapresentou o quadro já amplamente divulgado sobre a crise financeira da Universidade, e reafirmou que ela deriva basicamente dos aumentos salariais dados aos funcionários técnico-administrativos, bem como à amplitude de benefícios, como vale-alimentação e refeição. Acrescentou também que a USP não poderia continuar a arcar com o HU, um custoso serviço à população, sendo necessário que a Secretaria da Saúde o assuma. Defendeu o plano de demissões voluntárias para os funcionários técnico-administrativos, apresentado pela Reitoria, e disse não considerar viável a declaração dada pelo vice-reitor aos diretores de unidade, de que poderiam vir a ser feitas novas contratações na sequência. O professor Drugowich declarou ter compromissos agendados e, sob diversas manifestações de protesto, deixou o plenário antes que fosse aberto o debate a um público ávido por questioná-lo sobre os dados e atitudes da Reitoria.
O presidente da Adusp apresentou dados contundentes de análise histórica sobre salário e o comprometimento salarial das receitas da universidade. Questionou a falta de transparência da Reitoria e a falta de resposta aos ofícios da entidade demandando informação sobre a execução orçamentária da USP, bem como sobre as iniciativas de investigação e auditoria das contas da gestão anterior na Reitoria, sem deixar de destacar que é preciso que a base de dados brutos a ser auditada seja tornada pública. Criticou a constante omissão e manipulação de informações para justificar um plano de tratamento para a crise que, além de não resolvê-la, trará sérias consequências para nossa Universidade, caso implantado.
O poder de compra médio do salário de um Professor Doutor (MS-3) está 9,5% mais baixo que em 1989, o que ainda está distante de ser o melhor valor real pago a esses docentes, explicou Ciro. Mostrou que o grau de comprometimento em 105%, ademais de referir-se ainda apenas à metade do exercício do ano, ainda é menor do que o encontrado em tabelas apresentadas anteriormente pela Reitoria para os anos entre 1989 e 1994. E a iniciativa então foi buscar mais recursos junto ao governo, elevando o repasse para as Universidades Estaduais Paulistas de 8,4% da Quota-Parte Estadual (QPE) do ICMS para 9% e 9,57%.
O presidente da Adusp assinalou, ainda, o contraste entre a omissa atitude do Cruesp no atual momento, frente à intransigência do professor Zago, e o comportamento do colegiado em 2005, quando encaminhou documento analítico ao governo estadual, mostrando a necessidade de se elevar o percentual de repasse de 9,57% para 10,27%, tendo em vista a expansão de vagas realizada, a incorporação de faculdades isoladas (como Lorena para a USP) e o crescimento do comprometimento das receitas com o pagamento dos aposentados. Neste momento, o professor Drugowich interrompeu a exposição de Ciro, para questionar os dados de comprometimento apresentados pela Adusp para os anos precedentes a 1995; Ciro indicou, então, que a fonte é a tabela apresentada em juízo pela Reitoria na Ação do “Gatilho Salarial”. O presidente da Adusp exortou a comunidade universitária a exigir um debate sério, aberto e democrático sobre esta crise, para buscarmos soluções bem fundamentadas e que fortaleçam a USP como uma universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade. Para tanto é indispensável superar a anacrônica gestão autoritária que ainda domina esta Universidade.
Pujante defesa do HU
apresentação do professor José Pinhata foi uma pujante defesa do HU, revelando um enorme desconhecimento desta administração central sobre o papel de ensino e pesquisa, indissociáveis da extensão, que exerce este hospital. Nada menos do que oito unidades da USP envolvidas com as áreas da saúde utilizam o HU para o ensino. Em 2012, o hospital recebeu 1.123 alunos de graduação e 507 de pós-graduação. Na Faculdade de Medicina, por exemplo, das 10.720 horas do currículo médico, 2.415 horas são cumpridas no HU.
Além disso, entregar o HU à Secretaria da Saúde também significaria comprometer irremediavelmente seu papel de hospital de referência da região Oeste de São Paulo que, apenas em 2013, realizou 282 mil atendimentos de emergência, 13 mil internações e 400 cirurgias mensais, dentre outros atendimentos. Ademais, o professor Pinhata mostrou que o maior custo do hospital é de pessoal concursado pela USP e que a ela permaneceria vinculado. Desta forma, a aventada desvinculação traria um custo acadêmico e social elevadíssimo, enquanto que a redução de despesas no orçamento da USP ainda levaria anos para efetivar-se.
Aberto ao público, o debate no IF prosseguiu com grande presença até às 12 horas, registrando críticas devastadoras à proposta divulgada pela Reitoria, bem como à estratégica fuga do chefe de Gabinete do Reitor do confronto de informações e ideias.  Bastante aplaudida foi uma sugestão de que o professor Zago, tendo ocupado um cargo de confiança na gestão reitoral de J.G. Rodas, como pró-reitor de Pesquisa, venha ao menos afastar-se do seu cargo enquanto se procede a uma investigação e auditoria daquela gestão. De outro lado, outras manifestações consideraram que o comportamento que ele tem adotado exigiria seu afastamento definitivo, bem como a imediata democratização da universidade
Ciro no HU, em seguida
No IF, o diretor do Sindicato dos Médicos, Gerson Salvador, que assistiu ao debate, convidou o presidente da Adusp a comparecer ao HU, no final da manhã, para participar de uma plenária no refeitório do hospital. Ao chegar lá, Ciro constatou que o local estava lotado por uma platéia indignada com o reitor, em especial após notícia de que nem ao diretor da Faculdade de Medicina ele teria dado atenção, quando solicitado a retirar a proposta de desvinculação dos hospitais.
Ao terminar seu informe a propósito do debate recém-encerrado no IF, Ciro comentou os planos da Reitoria de incentivo a 3 mil demissões voluntárias e fez referência à melhor alternativa a essa “grande idéia”, traduzida na charge de Ohi publicada na página digital da Adusp. Nesse momento, a reação do plenário foi em uníssono: “Fora Zago!”."


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