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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.

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terça-feira, 23 de setembro de 2014

NÃO! À "NOVA" REFORMA CURRICULAR NA UEG



Goiânia, 16 de setembro de 2014


NOTA DE REPÚDIO DA UnU GOIÂNIA – ESEFFEGO À NOVA REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS


            Em reunião de congregação realizada no dia 04 de setembro de 2014 no auditório da UnU Goiânia ESEFFEGO, alunos, funcionários e docentes desta unidade votaram de forma unânime pela elaboração de uma nota pública de repúdio contra a maneira autoritária e anti-democrática na qual foi construída e aprovada a atual reforma curricular da Universidade Estadual de Goiás, capitaneada pelo Magnífico Reitor da UEG, Dr. Haroldo Reimer, através de reunião do Conselho Universitário desta universidade.
            Durante o primeiro semestre de 2014 foram realizados vários encontros e debates regionais com o chamado “Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Curricular na UEG” que era composto por 18 professores da universidade e escolhidos pela Administração Superior da UEG. Após muitos encontros e discussões em várias unidades, ficou evidente a grande oposição da maioria dos professores e alunos frente à nova reestruturação curricular posta em vigor. Destaque-se ainda que esta contraposição da comunidade universitária foi não somente contra a nova forma de organização curricular a ser adotada, mas também com relação à maneira em que a mesma foi sendo construída pelos membros do GT e Pró-Reitoria de Graduação, ou seja, de forma autoritária, verticalizada e unilateral.
            A elaboração de um novo currículo deveria ter sido pautada por uma relação dialógica e democrática, construída a partir da base, ou seja, a partir das sugestões, das experiências e estudos  dos professores, alunos e servidores administrativos.
            Não bastasse a postura arrogante, imediatista e dogmática do GT, num pseudomovimento que teve aval da Pró Reitoria de Graduação, registramos ainda a forma pragmática que se buscou a aprovação da reforma curricular pelo Conselho Universitário da UEG, ou seja, antes mesmo do término da programação de encontros da base para as discussões acumuladas na ponta da corrente, nas unidades universitárias. Em uma universidade multicampi, com quase meia centena de unidades, um processo de revisão curricular macro foi aprovado no período de um ano, a partir da implantação do GT responsável pela condução dos trabalhos.
            A “nova” reforma curricular da UEG traz em seu discurso a retórica da “qualidade” e da “formação humanista”, mas na realidade materializa velhos conceitos e costumes, prática que joga com a reprodução da sociedade vigente. Trata-se de estratégias que representam uma (ainda) maior adaptabilidade da universidade à imprevisibilidade do mercado, dentro de uma racionalidade tecnicista e empresarial, que tenta esconder seus principais objetivos, como o barateamento de custos com maior produtivismo.
            As consequências destas políticas neoliberais, camufladas na forma de reformas curriculares são óbvias, como a intensificação do trabalho docente, a precarização do ensino e uma formação que tenta preparar o aluno não somente para o mercado, mas para o emprego precário, para o auto emprego e para o desemprego, dentro da lógica das competências de interesse do mercado capitalista.
            Vale reiterar que este modelo de currículo que ora se implanta na UEG não possui nada de novo, é uma cópia mal feita dos currículos das Universidades Federais após o REUNI (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que provocaram, naquelas instituições de ensino superior, a superficialização dos conteúdos, a fragmentação de disciplinas, a intensificação do trabalho docente e, ainda, o aligeiramento da formação discente para se ter trabalhadores disciplinados no que se refere à obediência civil e ideológica e flexíveis frente às  novas estratégias escravistas do mercado.
            Sendo assim, conclamamos a todas as Unidades da UEG que se mobilizem e se contraponham a esta implantação arbitrária e autoritária do novo currículo na UEG, que está sendo imposto em nossa universidade de forma unilateral e pragmática, com objetivos escusos e mesquinhos para atender aos fetiches e interesses do insaciável mercado do capital.

Congregação da UnU Goiânia ESEFFEGO em 16 de setembro de 2014.


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