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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.
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terça-feira, 23 de julho de 2013
As Máscaras que caem: a UEG não é palanque do Marconi Periggo
O tempo tem se encarregado de
demonstrar que, no Brasil, o tão propalado Estado Democrático de Direito, é, na
verdade, a cruel e nua representação da conformação arquitetural do poder
engendrado por diversas oligarquias regionais e locais. Essas oligarquias, em
seus diversos níveis de opressão, constituem o ápice de achatadíssimas
pirâmides de poder no país. Elas são sustentadas por um complexo e perverso
aparato ideológico que é integrado, entre outros instrumentos, pelas
instituições públicas e privadas e pela complexa flora normativa brasileira.
Para fracionar e enfraquecer o cimento do tecido social, esmaecendo suas
posições políticas e semeando a tensão social e a discórdia, as oligarquias
usam, eficiente e eficazmente, o aparelho ideológico. O conteúdo veiculado pela
ideologia estatal é de um jaez tal, que semeia, cruelmente, a entropia, e, como
consequência, a insegurança entre os diferentes grupos sociais. O governo de
Goiás tem manejado este aparelho ideológico com eficiente crueldade, quando,
através de seus prepostos, tenta operacionalizar a colisão da opinião pública
de Goiás, comos interesses de servidores, professores e discentes da
Universidade Estadual de Goiás. Ora, a
verdadeira comunidade uegeana almeja tão só transformar a atual
universidade-palanque em uma verdadeira instituição produtora de conhecimento.
A produção do conhecimento só é possível através da pesquisa, e é a pesquisa
que possibilita o verdadeiro ensino e a extensão eficiente e eficaz. Este objetivo fundamental não se
concretizará, enquanto reinar o profundo fosso entre os interesses da UEG e a
vontade despótica do governo de Goiás. Goiás criou um regime de trabalho único,
ilegal e imoral para admitir professores e servidores na UEG. Este
desqualificado instrumento de opressão e de subjunção do trabalhador ao Estado,
precariza, fortemente, as relações de trabalho e, mesmo aos olhos do Ministério
Público do Estado e de outras instituições que, supostamente, se interessam
pelo bem estar social, remanesce incólume por mais de vinte anos. Além do
quadro de pessoal profundamente precarizado, a UEG não tem uma política
estudantil que promova a inserção mínima do estudante. Criada para incluir os
despossuídos, a UEG não tem restaurante universitário, nem casa de estudante e
as bolsas de estudo existentes, cerca de 200, atualmente, estão muito aquém das
necessidades de um contingente de 19.000 discentes, oriundos dos diversos
rincões do Estado. A infraestrutura precária se harmoniza com os inexistentes
laboratórios. Muitas aulas em campo são feitas após o tradicional “passa-chapéu”
e os equipamentos e as despesas de professores e alunos são feitas, cruelmente,
às suas próprias expensas. A greve de servidores, professores e discentes da
UEG, promovida pelo Movimento Social Mobiliza UEG, que se arrasta por mais de
70 dias, foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Diante da
decisão preliminar, erigida sob pés de barro, o reitor-pastor autoritário,
preposto do Governo de Goiás na UEG, tripudiando a comunidade universitária, em
despudorada deselegância e em flagrante despreparo, usou, no contexto,
descontextualizados fragmentos do poema José, de Carlos Drummond de Andrade. A
máscara caiu! A UEG precisa conquistar sua autonomia, mas esta só será possível
e viável, através da construção de uma nova alternativapara sua gestão
institucional.
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