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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Última resposta à "conclamação" do reitor da UEG



RESPOSTA AO REITOR


Em resposta ao documento intitulado “Reitor conclama para retomada das atividades acadêmicas”, publicado em 22/06/2013, o Movimento Mobiliza UEG, em reunião ampliada realizada na UnUCSEH, nesta data, e considerando que:

1.    a sequência de notícias, documentos, notas veiculados no sítio virtual da UEG, não corresponderem à veracidade com que as questões e as ações que as envolvem têm sido tratadas; em especial: destacamos a que se refere ao processo de aprovação e acompanhamento do Plano de Cargos e Salários dos Docentes e a suposta Política Estudantil;
2.    as mensagens “trocadas”, via redes sociais, persuadem os segmentos a retornarem às atividades acadêmicas, sem considerar o caráter democrático das assembleias, incitando a comunidade acadêmica a um desconforto entre os pares, indicando uma atitude desrespeitosa de sua parte, a qual expressa o não reconhecimento da legitimidade de livre manifestação por parte dos professores, discentes e técnico administrativos da UEG,

Manifesta que:

1.    No tocante ao Plano de Cargos e Salários, todos os trâmites têm sido encaminhados (o acordado com os deputados da base aliada e não aliada do governo, na Assembleia Legislativa) e acompanhados pelo Mobiliza UEG, sendo que as principais mudanças em benefícios dos professores foram decorrentes da nossa mobilização, especialmente a supressão do parágrafo 4º (do artigo 8º, e não do 6º, como apontado em notícia da reitoria do dia 19/06/2013) que trata da mudança de titulação de doutor para pós-doutor (em relação a esse ponto, cabe ressaltar que tanto o reitor, quanto a pró-reitora, foram contra sua alteração). Nesse particular, a reitoria, de forma oportunista, divulgou notícia, citada acima, na tentativa de depreciar o Mobiliza UEG, ao mencionar que as reivindicações na Assembleia Legislativa estavam comprometendo a votação do nosso PCS e que a Pró-reitoria de Planejamento, Gestão e Finanças havia contornado a situação. É oportuno registrar que o PCS ainda não foi votado na Assembleia Legislativa, conforme de a entender a partir da notícia citada. Vejam, o PCS estava engavetado desde o dia 21/03/2011 (data do protocolo do processo) e só fora enviado à Assembleia no 53º dia de greve. Esse envio foi uma conquista do Movimento Mobiliza UEG! O Movimento Mobiliza UEG tem articulado incansavelmente pela aprovação do Plano de Cargos e Salários e, além disso, buscado informações sobre os mecanismos de inserção na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) das demandas da UEG, o que descortina a inércia, por parte da atual gestão, no acompanhamento dos trâmites inerentes ao planejamento orçamentário do Estado, revelando incompetência para desempenhar devidamente aquilo que é de sua responsabilidade. Esse ponto nos leva a questionar se a administração central da UEG apresentou emendas à LDO, que como previsto pela Assembleia Legislativa, deveria ocorrer até o dia 21/06/2013, incorporando ali as demandas dos manifestantes grevistas; em especial, os estudantes;

2.    Em virtude do não cumprimento do pagamento da data base por parte do governo do Estado, bem como a defasagem de nossos vencimentos, o que configura a necessidade de reposição da ordem de 25,3%, entendemos que não há que se criar comissão para realização de estudo de viabilidade de reajuste salarial, e sim o atendimento imediato desta reivindicação, dada sua urgência e relevância, em parcela única e com garantia legal de prazos de efetuação;

3.    A propósito da suposta política estudantil, anunciada por Vossa Magnificência, na nota do dia 19/06/2013, reconhecemos que, o anúncio de um edital de 512 bolsas permanência apenas rompe com a inércia inicial de vossa contraproposta que sinalizava com a ampliação de somente mais 200 bolsas dessa modalidade, ante as 7.000 reivindicadas pelos estudantes. Obviamente, nem de longe esse incremento do número de bolsas se aproxima de uma efetiva proposta de política de assistência estudantil que almeje a redução, no curto ou médio prazo, dos graves problemas vividos pela comunidade discente da UEG. Não contemplando, portanto, a questão fundamental dos itens que sustentam a pauta dos estudantes: insuficiência do quantitativo e reduzido valor remuneratório da bolsa permanência e apresentação de um efetivo cronograma de execução de obras e reformas estruturais que atendam as necessidades de permanência e acessibilidade (Restaurantes Universitários/Cantinas, Moradias Estudantis etc.). Ressaltamos, ainda, que a limitada ampliação do número de bolsas resulta da atuação aguerrida do Movimento Mobiliza UEG;

4.    As reuniões das comissões paritárias não ocorreram porque essas instâncias não foram implementadas. Foram apontadas como propostas pela reitoria e não acatadas pelo movimento grevista. O que houve foram reuniões de negociações pontuais entre os segmentos que compõem a comissão de negociação, na tentativa de que viesse, por parte da administração central, uma contraproposta que contemplasse nossas reivindicações, o que lamentavelmente não ocorreu;

5.    É necessário frisar que o conjunto de conquistas apontadas no item 5, advém de lutas históricas vivenciadas por professores, estudantes e técnicos administrativos que merecem reconhecimento e respeito, materializadas nesse momento por força das manifestações e não por um ato unilateral por parte da atual gestão da UEG. Assim, contraria o discurso recorrente da administração central de atribuir, exclusivamente, a si, os ganhos de um longo processo de amadurecimento de nossa instituição.

6.    Considerando a natureza histórica e estrutural de nossos problemas, e contrariando o discurso de Vossa Magnificência, entendemos que as ações deflagradas pelo Movimento Mobiliza UEG não trazem prejuízos às atividades acadêmicas da Universidade. Temos que este prejuízo ocorre quando do não atendimento das demandas por recursos materiais e humanos, como a escassez de recursos para o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Disto, depreende-se que temos motivos suficientes para a continuidade da greve.

A par do exposto acima, reafirmamos nosso compromisso com a construção de uma Universidade pública, autônoma, democrática e de qualidade reconhecida social e academicamente e aproveitamos do ensejo para convocar Vossa Magnificência a contribuir, efetivamente, para o alcance das condições necessárias à retomada das atividades acadêmicas nas Unidades que estão em greve. Que, ao invés de aceitar responsabilidades impostas pelo governo estadual sem a contrapartida dos recursos necessários à superação das carências da UEG; que, ao contrário de praticar o assédio a diretores das Unidades paralisadas, por meio de “reuniões” convocadas às pressas, e a estudantes e professores, por meio da internet, V. Maga. se disponha a reforçar nossos pleitos junto ao governo para o pronto atendimento de nossas reivindicações o mais urgente possível. Era isso que esperávamos de um reitor com tamanha legitimidade eleitoral, quando iniciamos este movimento paredista. Seria uma atuação merecedora do mais profundo respeito por parte desta comunidade universitária, ao contrário da que temos assistido com pesar, até o momento.



Anápolis, 24 de junho de 2013.
Movimento Mobiliza UEG

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