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O Movimento Mobiliza UEG consiste num movimento unificado de professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos da Universidade Estadual de Goiás, espontâneo, independente, não institucionalizado, não hierarquizado e que adota como estratégia de atuação a ação direta. Seu objetivo é intervir no processo de construção da UEG com a finalidade de torná-la, de fato, uma universidade pública, gratuita, autônoma e democrática, capaz de cumprir o seu papel enquanto instituição de educação superior, produtora e socializadora de conhecimentos que contribuam para o bem-estar da sociedade goiana, em particular, da sociedade brasileira, em geral, e, quiçá, de toda a humanidade, primando pela qualidade reconhecida social e academicamente.

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

GOVERNADOR SUBTRAIU 61,5 MILHÕES DA UEG



GOVERNADOR MARCONI PERILLO, DEVOLVA O DINHEIRO QUE VOCÊ SUBTRAIU DA UEG EM 2012

Quando um movimento reivindicatório como este Mobiliza UEG tem uma pauta de demandas, cujo atendimento passa essencialmente pela disponibilização de recursos financeiros, logo vêm à tona os questionamentos sobre as possibilidades de o Estado atendê-la. Pois bem, com a divulgação do “Parecer Prévio sobre as Contas do Governador do Estado”, produzido pelo Tribunal de Contas do Estado, referentes ao ano de 2012, o que se apresentava como indícios, revela-se como fatos consumados.
De acordo com o Parecer do TCE, a primeira evidência é o patente (e não latente) descaso do governo Marconi Perillo com a consolidação e a melhoria da qualidade da UEG. Isso já vem sendo denunciado por nós desde a sua criação em 1999. Além de não repassar para a Instituição os insuficientes recursos constitucionais de 2% da receita líquida do estado, de forma regular, ainda recolhe o valor não aplicado no ano correspondente, desviando-o para outros setores.
O governo repassa, até o penúltimo mês do ano, basicamente as parcelas do orçamento destinadas ao pagamento mensal dos vencimentos dos professores e funcionários e ao "fundo rotativo" para as necessidades diárias inadiáveis da Universidade, como aquisição de material de expediente. O restante, que em 2012 chegou a mais de 61 milhões de reais, é disponibilizado no apagar das luzes do ano. Faz isso de propósito. Resultado: fica praticamente impossível empregar todo esse montante em investimento, devido, primeiro, aos entraves burocráticos e, segundo, à incompetência da reitoria de se planejar para usar esses recursos, mesmo que cheguem depois da última hora. Esta última é a segunda evidência confirmada pelo Parecer do TCE: a inépcia da reitoria da UEG na gestão dos recursos orçamentários da Instituição. Dizemos confirmada porque já havíamos notado isso há algum tempo. O repasse do financiamento na forma de duodécimos possibilitará a superação dessa deficiência da administração central da UEG? Tomara que sim.
Mas não é só isso. Dados de uma tabela que contém a previsão constitucional de financiamento dos diversos setores da área de Ciência e Tecnologia e a execução orçamentária efetivada em 2012 (item V, tópico 2) indicam o total desprestígio da UEG entre as prioridades do governo Marconi Perillo. Basta mencionar que foi destinado quase o dobro do porcentual constitucional à “Pesquisa e Difusão Tecnológica”, enquanto que, para a UEG, foram repassados apenas dois terços dos recursos estabelecidos na Constituição estadual. Cabe relembrar que a Universidade Estadual está subordinada à Secretaria de Ciência e Tecnologia.
Esses dados demonstram que estamos corretos ao fazermos o funeral da política do governador Marconi Perillo para a UEG. Se ele não gosta de ver os manifestantes do Movimento Mobiliza UEG conduzindo o caixão da sua política para a educação superior pelas ruas e praças de Goiânia e de outras cidades do estado, deveria perguntar se professores, estudantes e funcionários administrativos estão contentes com essa política de asfixia financeira da Instituição. Alguém ainda tem dúvidas de que a frase pitoresca de marketing eleitoral dos apoiadores do governador de que “a UEG é a menina dos seus olhos” não passa de cinismo e afronta aos que estudam e trabalham nessa instituição estadual de ensino?
Queremos aqui fazer coro à proposição constante do Relatório do Tribunal de Contas do Estado e exigir do governo estadual que devolva para a UEG os R$ 61.593.179,29 que ele lhe retirou no ano passado. Com esse montante, seria possível atender, no mínimo, a todas as reivindicações dos estudantes e mais algumas.
Não é por mera provocação que os participantes do Movimento Mobiliza UEG repetem em suas manifestações públicas a palavra de ordem: Marconi, bicheiro, devolve o meu dinheiro! Intolerante com esse grito indignado, que o governador e seus protetores chamam de “desrespeito”, o chefe da sua segurança mandou policiais à paisana deter dois estudantes (Arquitetura e Geografia) que participavam de uma manifestação em Anápolis, no dia 14 deste mês de junho. O povo não pode reclamar do desprezo cínico das autoridades pelas suas necessidades coletivas, mas as mesmas autoridades podem continuar desrespeitando o povo?

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